Riscos psicossociais: como identificar, medir e reduzir no trabalho?

Os riscos psicossociais são os "fantasmas" do ambiente de trabalho moderno. Eles são invisíveis, mas seu impacto é devastador: estamos falando de estresse crônico, esgotamento (burnout) e assédio. Identificá-los começa por observar os sinais, como equipes constantemente sobrecarregadas, alta rotatividade ou um clima de fofoca e medo.

Para medir, podemos usar pesquisas de clima anônimas e analisar indicadores como taxas de absenteísmo. E para reduzir? O caminho é atacar a causa: promover uma liderança mais empática, estabelecer metas realistas e criar uma cultura onde o diálogo e o respeito são a base de tudo.

Saiba mais +

O que mudou na NR-1 (2025) sobre prevenção a assédio e capacitação?

A grande virada de chave é que agora a norma fala com todas as letras sobre a necessidade de cuidar da saúde mental. Entender o que mudou na NR-1 é saber que o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) precisa, obrigatoriamente, incluir a avaliação e o controle dos riscos psicossociais, como o assédio.

Isso significa que a prevenção ao assédio deixou de ser apenas uma pauta do RH e virou uma exigência formal de Saúde e Segurança do Trabalho (SST). A NR-1 agora exige que as empresas não apenas identifiquem esses riscos, mas também criem planos de ação concretos, como capacitações e a implementação de canais de escuta, para combatê-los.

Quais ferramentas leves usar para diagnosticar riscos psicossociais?

Você não precisa de um software caríssimo para começar a diagnosticar esses riscos. Ferramentas leves e ágeis podem trazer insights valiosos. Comece com pesquisas de pulso anônimas, com poucas e boas perguntas sobre carga de trabalho, autonomia e segurança para falar.

Outra ferramenta poderosa são as rodas de conversa mediadas pelo RH, criando um espaço seguro para as equipes discutirem seus desafios. Analisar os dados que você já tem, como os motivos de pedidos de demissão nas entrevistas de desligamento, também é uma forma simples e eficaz de encontrar padrões e diagnosticar problemas.

Como desenhar planos de ação (políticas, canal, treinamentos, indicadores)?

Um bom plano de ação é como uma receita de bolo, com ingredientes que se complementam. O primeiro passo é ter políticas claras de combate ao assédio, com consequências definidas. O segundo é implementar um canal de denúncias externo, que garanta anonimato e confiança.

O terceiro ingrediente são os treinamentos, não só para a equipe, mas principalmente para a liderança, que precisa aprender a identificar e a lidar com esses riscos. Por fim, defina indicadores (KPIs), como a redução do absenteísmo, para medir se a sua "receita" de bem-estar está realmente funcionando.

Quais evidências provarão conformidade contínua à NR-1?

Para uma fiscalização, não basta dizer que você se importa; é preciso provar. A principal evidência é o seu PGR atualizado, mostrando que os riscos psicossociais foram mapeados e que há um plano de ação para eles.

Além disso, organize um dossiê com as "provas do crime do bem": as listas de presença dos treinamentos sobre assédio, os relatórios gerenciais do seu canal de denúncias, as atas da CIPA discutindo o tema e as pesquisas de clima que você realizou. Juntos, esses documentos contam a história de uma empresa que age.

Como envolver liderança, CIPA e RH para sustentar as mudanças?

Essa mudança não acontece se for um esforço de uma pessoa só. É preciso criar um trio de ferro. O RH atua como o estrategista, desenhando as políticas e os programas. A liderança é a grande executora e o principal exemplo; os gestores precisam comprar a ideia e aplicá-la no dia a dia de suas equipes.

E a CIPA? Ela é a ponte, a voz dos colaboradores que ajuda a disseminar a cultura de cuidado e a identificar os problemas na ponta. Quando RH, líderes e CIPA trabalham em sintonia, a gestão dos riscos psicossociais deixa de ser um projeto e se torna parte do DNA da empresa.
Os riscos psicossociais são o grande desafio da nossa era no mundo do trabalho, e entender o que mudou na NR-1 é o primeiro passo para enfrentá-lo de forma séria e estruturada. Ao tratar a saúde mental com a mesma importância da saúde física, as empresas não apenas cumprem uma nova lei, mas constroem a base para um ambiente mais produtivo, inovador e, acima de tudo, mais humano.

Espero que o conteúdo sobre Riscos psicossociais: como identificar, medir e reduzir no trabalho? tenha sido de grande valia, separamos para você outros tão bom quanto na categoria Cotidiano

Conteúdo exclusivo